sábado, 24 de janeiro de 2015
Confissão
Sou imune à qualquer veleidade,
Que o mundo carrega como capricho,
Aguardando bem no fundo do seu nicho,
Essa estranha necessidade.
Procuro ver com olhar complascente
O mundo com sua angústia permanente,
Em que o sofrimento à porta bate,
E aos fracos sempre abate.
Busco forças nas adversidades,
Não deixo de olhar o passado com saudades,
Mas continuo vivendo no presente.
Procuro andar obedecendo uma superior direção,
Esforçando-me pra não andar na contramão,
Dessa vida incoerente.
Denio Reis
sábado, 17 de janeiro de 2015
Plenilúnio
Céu azul com plenilúnio,
Prata reluzente incrustada,
Lá bem no alto devotada
Num brilho níveo imaculado.
Seu fulgor desce em nós refletido,
Esplendor sobre nós espargido,
Numa áurea de sutil mistério
Que cobre o espaço etéreo.
Contemplamos em êxtase o seu corpo prateado,
Fonte de inspiração sempre remanescente,
Toque sutil contundente
Das nossas lucubrações.
Olhar pálido mas de fulgor cristalino,
Suave canto de olhar hialino,
Enigmático poema universal
Cravado no espaço sideral.
Denio Reis
domingo, 11 de janeiro de 2015
Mistério
Passo sempre pelo Cemitério,
Esse reduto funéreo
Que me intriga,
E a minha curiosidade instiga.
Mas só sei que passo.
Ás vezes apressadamente,
Ás vezes quase parando,
Mas sempre me perguntando,
Qual seria o mistério da morte?
Mas vou remindo o tempo
E continuar procurando,
Alguém que tenha mais sorte,
E que me fale explicando
O tal mistério da morte.
Denio Reis
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Por Trás Daquela Montanha
O que há por trás daquela montanha?
Gigantesca e risonha,
Às vezes medonha,
Seca,outras tantas,
Fria e empedernida,
Outras vezes Florida.
O que há por trás daquela montanha?
Ereta e enigmática,
Instigante e emblemática,
Sob um céu teimosamente azulado,
projetanto um sol prateado
Que desce beijando suavemente,
Seus Flancos verdejantes.
O que há por trás daquela montanha?
Caminhos que parecem inacessíveis,
Acessos que nos apresentam impossíveis,
Ainda que na imaginação.
É a pedra da Basiléia!
Fruto de uma engenhosa ideia
Que avança pela eternidade
Do tempo,que se chama hoje.
Denio Reis
Foto: José Luiz/Bolê
domingo, 4 de janeiro de 2015
Crepúsculo Cinzento.
Mais um dia tenso
E de contradições,imenso.
Marcado por atitudes equivocadas
De pessoas apressadas,
Que passam indiferentes
Por ruas que aparentemente se cruzam.
Equanto à tarde vai morrendo
De mágoas se vai fenecendo,
Juntamente com mais um dia
Pleno de Nostalgia,
Que envolvido por queixumes
Vai aos poucos se consumindo,
Ao som de dissonantes lamentos,
De gemidos barulhentos,
De pessoas insatisfeitas,
De pessoas não refeitas
Das frustrações do dia a dia.
Denio Reis
sábado, 3 de janeiro de 2015
Ausência
Céu cinzento,nublado,pesado,
Céu de chumbo, impiedoso,
Céu tremendamente doloroso,
Céu desolado.
Chuva fina caindo,
Niguém tão pouco sorrindo,
Já que é uma tarde tenebrosa
E de ar fúnebre e desgostosa.
Um tosco e pequeno caixão,
É transportado em completa desolação
Para uma vala comum e desprezada,
Como se aquilo tudo não fosse nada.
Sabe quem é esse,senhores?
É Mozart, o incomparável génio musical,
Um ser transcendental
Que nem todos souberam reconhecer.
Um tropel sinistro de cavalos,
Conduz uma negra carruagem,
Debaixo de uma frígida aragem
Onde não há mais lampejantes halos.
Numa tarde tão gelada
Vejo Uma Áustria totalmente desamparada,
No desconsolo daquela ausência,
E da sua musical,indigência.
Denio Reis
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
Corações endurecidos
A mulher foi apanhada em adultério.
Para aquela época, um despautério,
Uma vergonha nacional,
Um grande mal.
Todos queriam apedrejá-la,
E debaixo das pedras sepultá-la,
Incitados pelos fanáticos fariseus,
Cumpridores da lei, mas desumanos.
Estavam sedentos pelo sangue da mulher,
Pois queriam vê-lo jorrando,
E até mesmo borbulhando
Em plena agonia da morte.
Era possísvel que seu marido
A tudo assistisse indiferente,
Nem um pouco comovido
E muito menos indulgente.
Foi preciso que naquela hora,
Surgisse um homem justo,
De coração augusto,
E cheio de compaixão.
Era JESUS,o nazareno,
O homem de olhar sereno
Que numa simples expressão,
Encerrou toda questão:
Quem não tem pecado
Que atire a primeira pedra.
Denio Reis
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