sábado, 3 de janeiro de 2015

Ausência



Céu cinzento,nublado,pesado,
Céu de chumbo, impiedoso,
Céu tremendamente doloroso,
Céu desolado.

Chuva fina caindo,
Niguém tão pouco sorrindo,
Já que é uma tarde tenebrosa
E de ar fúnebre e desgostosa.

Um tosco e pequeno caixão,
É transportado em completa desolação
Para uma vala comum e desprezada,
Como se aquilo tudo não fosse nada.

Sabe quem é esse,senhores?
É Mozart, o incomparável génio musical,
Um ser transcendental
Que nem todos souberam reconhecer.

Um tropel sinistro de cavalos,
Conduz uma negra carruagem,
Debaixo de uma frígida aragem
Onde não há mais lampejantes halos.

Numa tarde tão gelada
Vejo Uma Áustria totalmente desamparada,
No desconsolo daquela ausência,
E da sua musical,indigência.

       Denio Reis

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