sábado, 24 de junho de 2017

Já não Vejo Com Clareza


Já não vejo com clareza,
As marcas de meus passos,
Nem tão pouco os abraços,
Que se perderam com certeza.

Não vejo mais tanta alegria,
Como antigamente se via,
Hoje, à tristeza é tão somente,
O infortúnio que se faz presente.

Passo à passo vou seguindo,
Enquanto insisto em continuar sorrindo,
Atrás da esperança que ainda resta.

Embora à vida tenha as suas contradições,
Fragilizando por vezes às nossas emoções,
Celebremos à vida como sendo o melhor da festa.

Denio Reis


sábado, 10 de junho de 2017

Pelas Noites Perfumadas


Quando pelas noites perfumadas,
Saio com a saudade de mãos dadas,
Percebo que mesmo na tranquilidade,
Inquieto-me diante da realidade.

De dia vejo as flores se tocando,
Ao roçar da brisa que vai passando,
Enquanto na noite ouço vozes de lamento,
Em meio à recalcitrantes sofrimentos.

A noite é irmã gêmea da nostalgia,
Mas vai embora quando chega o dia,
Mesmo no descompasso da espera.

Se o dia é loiro à noite é morena,
Entre o colorido vivo das verbenas,
Ao enfeitarem os nossos sonhos e quimeras.


Denio Reis

sábado, 3 de junho de 2017

Andando pelas ruas


Andando pelas ruas,
Vi rostos tristes,
Reflexo da realidade talvez.
Vi também olhares desconfiados,
Caminhar descompassado,
Subindo e descendo ladeiras,
Com expressões apagadas mas verdadeiras,
De quem já se sente tão cansado.
Vi gente desiludida,
Querendo até desistir da vida,
Pelas lutas desiguais,
Que cada vez mais,
Envolvem-nos numa trama medonha,
Que de surpresa muitas vezes nos apanha,
Engolfando-nos estranhamente,
Como se à gente
Nem se quer existisse.

Denio Reis