domingo, 28 de março de 2021

O Látego da redenção


Cada gota caída,

De sangue carmesim,

Era uma alma saída,

De um inferno sem fim.

 

Gotas que clamavam ao céu,

Tingindo de vermelho ao chão,

Eram as  gotas da redenção,

Cumprindo assim o seu papel.

 

Enquanto o látego à carne dilacerava,

O silêncio respondia,

Mesmo em meio a tanta agonia,

Ele não reclamava.

 

A cruz que era  símbolo de maldição,

Tornou-se um hino de vitória,

Trouxe para cruz um brado que permanece na História,

E com ela a salvação.

 

O grito calado no peito,

Foi um grito de libertação,

Transformando aquele momento de tristeza,

Numa grande celebração.

 

 

Denio Reis

 




domingo, 6 de setembro de 2020

Maria Leopoldina

Inesquecível imperatriz regente,

Assinou com mão forte,

A declaração que deu suporte,

Para um país independente.

 

Foi decisiva ao assinar o decreto,

Pois D.Pedro estava ausente,

Mas a imperatriz regente,

Fez o que era certo.

 

Corajosa e determinada,

Persuadiu ao marido Imperador,

Dar o grito sem nenhum temor,

Independência ou morte!

 

Devemos o 7 de setembro  à essa mulher,

Para muitos ainda desconhecida,

Mas foi verdadeiramente destemida.

Sem hesitar um minuto sequer.

 

Que o 7 de setembro tão festejado,

Não seja uma mera comemoração,

Porém, uma majestosa celebração,

Para quem deixou-nos esse legado.

 

Maria Leopoldina a Imperatriz,

Também chamada mãe do Brasil,

Que numa visão realista sempre viu,

Que ser independente o povo sempre quis.

 

Denio Reis

domingo, 19 de julho de 2020

Sempre será melhor


O que passou,passou,
O que era para ficar ficou,
Mesmo numa memória  adormecida,
Pois assim é a vida.

Viver é por certo,
Uma batalha permanente,
Mas faz com que a gente,
Cresça,mesmo em pleno deserto.

Olhar para frente é um imperativo,
Os nossos sonhos estão onde a vista alcança,
Se a vida é vivida com esperança,
Ela se torna o nosso distintivo.

O dia seguinte não precisa ser pior,
Se olharmos com uma visão transparente,
Deixando em nós uma certeza permanente,
Que o que está para vir sempre será melhor.


Denio Reis

domingo, 5 de julho de 2020

O orgulho precede a queda.



Chamava-se Nabucodonosor,
Seu reino era imenso,
De igual modo tão intenso,
Que não cabia em si mesmo tanto esplendor.

Julgava -se o senhor do mundo,
Não admitia outro igual,
O orgulho que gerava tanto mal,
Levou-o também para o fundo.

Vivia cercado de luxo e luxúria,
Não se preocupava com a sua reputação,
Era o senhor do reino da ostentação
E da canalhada espúria.

Não temia à ninguém e muito menos o Deus da criação,
Cercado de bajuladores vivia suntuosamente,
Esqueceu-se que o mesmo Deus que é paciente,
Também  pesa a sua mão.

Por não reconhecer que o poder de Deus era maior do que o seu,
Foi tirado dentre os homens repentinamente
E ao se tornar uma pessoa demente,
Foi comer erva com os bois enquanto assim permaneceu.

Babilônia nunca será esquecida,
Mas de forma alguma reconstruída,
Pois desafiou o Deus todo poderoso,
Que está vestido de toda glória em seu trono majestoso.

OBS: O título do poema,foi extraído do livro de provérbios,capítulo 16,versículo 18.


Denio Reis



quinta-feira, 25 de junho de 2020

Partida


O coche que te conduziu todo enfeitado,
De flamívomos ardentes e perfumados,
Seguiu por costumeiros e imorredouros caminhos,
Entre flores e também espinhos.

Esse cortejo ornamental,
Que tinha algo de sideral,
Incontidamente avançou,
Para o lugar em que tudo terminou.

O silêncio agora era interminável,
Maior do que todos os silêncios existentes,
Tal silêncio por se tornar tão evidente,
Tornou-se também abominável.

Os soluços não puderam ser contidos,
Até de longe eram ouvidos,
Insinuando-se entre a estarrecida multidão,
Diante de tamanha comoção.

A imperatriz partiu com os seus ideais,
Mas o coração com o povo permaneceu,
Ela na verdade não morreu,
Pois a sua falta é sentida cada vez mais.

Denio Reis

terça-feira, 16 de junho de 2020

Perfumes da noite



Na noite há sempre um clamor,
De vozes que nunca se calam,
Talvez seja essa a grande dor,
Que os perfumes da noite exalam.

Mágoas suspiradas,suspiradas mágoas,
Como o ruído turvo das águas,
Que mesmo assim correm velozes,
Atrás de veladas e sussurradas vozes.

No espaço palpitando,
Ouvem-se nebulosos sons de ciúmes,
Deixando vazar doloridos queixumes,
Mas que aos poucos vão se resignando.

Já no brilho de estrelas pulsantes,
Tão fluorescentes quanto brilhantes,
Há um silêncio sideral de comunhão,
Onde é proibido se falar de solidão.

Denio Reis
OBS: Poema premiado  em primeiro lugar no concurso Literário Prêmio Poesia agora-Outono 2020,
da Editora Trevo,SP.

domingo, 7 de junho de 2020

Assassino silencioso.



A mágoa é um assassino silencioso,
Pois mata sorrateiramente,
É mais deletéria para quem à sente,
Já que é fruto de um coração desgostoso,

Irrompe com maior intensidade,
Quando alimentada por tantos ressentimentos,
Não dá sossego um só momento,
Esse inimigo sutil da nossa realidade.

Destrói os mais nobres sentimentos,
Sempre crescendo quando alimentada,
Vê  o mundo com uma visão equivocada,
Nascida dos pensamentos.

A Mágoa  pode se esconder,
No mais profundo do coração,
É aí que você vai perceber,
O seu potencial de destruição.

Não se permitir que raiz de amargura,
Invada o coração,
É também saber que ela não dura,
Aonde existe o perdão.

Denio Reis