segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Naquela casa
Naquela casa agora tristonha,
A dor mais cedo apareceu,
O choro que era discreto só cresceu,
E quem sonhava agora já não sonha.
A flor que antes florescia,
Aos poucos foi murchando dia à dia,
A alegria de que sempre se alimentou,
Cedeu lugar à tristeza que ficou.
Lacrimejam-se cativos olhos magoados,
Benfazejos olhos apiedados,
Mas,que mergulharam numa completa solidão.
Elevo os meus olhos numa prece piedosa,
Reconhecendo que é longa à via dolorosa,
Desse mundo de angústia e aflição.
Denio Reis
domingo, 23 de agosto de 2015
O Último Gemido
Não foi apenas um ruído.
Mais do que isto,foi um gemido,
Cai no chão à última árvore
Ao som macabro de uma serra elétrica.
Houve um silêncio como nunca,
Pois até a serra elétrica emudeceu-se,
Não existem mais árvores que possam,
Saciar-lhe à fome devoradora,
Pois árvores não mais existem,
Mas somente uma terra desolada.
O grito dos pássaros já não ecoa,
Entre a exuberânçia das folhagens,
Desapareceram também às ramagens,
Já que tudo se tornou num deserto.
Denio Reis
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Peregrinando
Peregrino,que passais por ruas desertas,
Cismado sois na certa,
Por te sentires tão ausente,
Como cidadão e gente.
Caminhas de lamento em lamento,
Por Sentires e ver tanto sofrimento,
Sob um céu que sempre testemunhou,
Do pouco que te restou.
Se você quer mesmo saber,
Alguém irá te dizer,
Que você pode pelo menos chorar.
Esse sentimento somente à ti pertence,
Pois você chora porque sente,
Que nesse mundo é duro caminhar.
Denio Reis
sábado, 15 de agosto de 2015
Bem-te-vi
Peito amarelo e estufado,
Olhos atentos e impacientes,
Bico de canto afinado,
Trinado de tom consistente.
Desperta rápido e bem cedinho,
Põe-se resolutamente por sobre o muro,
Vigia a fêmea bem de pertinho,
Mesmo que esteja tão escuro.
Saem juntos em parceria,
Acordam-me ainda sonolento,
Macho e fêmea com alegria,
Num ruído barulhento.
Deixa para trás no pé de acerola,
O ninho com suas tramas por dentro e por fora,
E que tão rapidamente aflora,
Sobre os galhos que os acolhe.
Vigia de perto a fêmea incubadora,
Que no seu instinto de genitora,
Choca os seus ovos atentamente,
Sob os olhares de um macho conivente.
Denio Reis
sábado, 8 de agosto de 2015
Abandono
Uma chuva fina desce
De um céu acinzentado,
Enquanto a ansiedade cresce
Num corpo desalentado.
Jogado em cruel abandono,
Sofre às penúrias do frio,
A chuva que embala o sono,
Traz também um arrepio.
Mas,a chuva prossegue fina,
Queimando ossos enfraquecidos,
Ânimos adormecidos
Na vida que desafina.
Uma criança ao relento,
Jogada ao sabor do vento,
Sonhou mas,não construiu,
Algo que só na imaginação existiu.
Denio Reis
De um céu acinzentado,
Enquanto a ansiedade cresce
Num corpo desalentado.
Jogado em cruel abandono,
Sofre às penúrias do frio,
A chuva que embala o sono,
Traz também um arrepio.
Mas,a chuva prossegue fina,
Queimando ossos enfraquecidos,
Ânimos adormecidos
Na vida que desafina.
Uma criança ao relento,
Jogada ao sabor do vento,
Sonhou mas,não construiu,
Algo que só na imaginação existiu.
Denio Reis
sábado, 1 de agosto de 2015
Supremo Sonho
Como jardim florido de Heliantos,
Contemplo enlevado os seus encantos,
Sorvendo este hausto inebriante,
Mesmo estando você tão distante.
Num opulento corcel alado,
E de corpo todo dourado,
Desejo contigo voar,
E às desilusões para trás deixar.
Que seja a minha humilde crença,
A divinal presença,
De um supremo sonho.
Que sejam os meus olhares,
A sombra por onde quer que andares,
Mesmo em lugares vagos e enfadonhos.
Denio Reis
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