Descendo encostas acidentadas,
Em caminhos descontinuados,
Tortuosos e escarpados,
O velho rio segue cantando.
Da nascente até o vale,
Tudo é beleza e encantamento,
Um verdadeiro deslumbramento
De uma vitalidade intocada.
Ao passar pela cidade,
Inicia a sua agonia,
Uma sinistra sinfonia
De chocante realidade.
O esgoto à céu aberto
Verte em seu leito sombrio,
A podridão que se vê de perto,
E que faz perecer o rio.
Mais a frente o assoreamento,
Escavando em detrimento,
Da margem desprotegida,
Da margem desfavorecida,
Que vai desaparecendo.
As lavadeiras já não cantam,
Pois estão cabisbaixas e silenciosas,
E profundamente ansiosas,
Com o destino do velho rio,
Que está preso por um fio,
Um fio de esperança.
Denio Reis
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