sábado, 8 de setembro de 2018

Tantos sonhos


Alguns sonhos perdidos,
Mesmo dos que não foram sonhados,
Em vão alguns foram buscados
E outros muito bem sucedidos.

Outros tantos desistidos,
Tantos outros malogrados,
Outros no entanto bem vividos
E tantos outros alcançados.

Sonhos que pela vida se perderam,
De tantos quantos aqui viveram,
Mas que nunca desistiram.

Tantos sonhos que se realizaram,
Daqueles que sempre acreditaram,
Até naquilo que não viram.

Denio Reis

domingo, 26 de agosto de 2018

Natividade para sempre


Natividade foi a minha segunda morada,
Áureos tempos de minhas jornadas,
Parada obrigatória que já mais se esquece
E mesmo que estejamos tão distantes,
Ela permanece.

Tempos de juventude que não caíram no esquecimento,
Passados entre amigos e companheiros,
Que me foram sempre verdadeiros,
Como prova de um benévolo sentimento.

A vida seguiu por caminhos jamais pensados
E por acontecimentos inesperados,
Mas que me trouxeram inovadoras experiências,
Nas minhas andanças e vivências.

Consigo lembrar-me de alguns acontecimentos,
Tão marcantes que esses momentos,
Perpetuaram-se nas minhas recordações,
Trazendo-me de pronto renovadas emoções.

A sessão das seis aos domingos no cinema,
Era aquele momento tão esperado
E porque não dizer o mais desejado
E portanto lembrar vale a pena.

Paqueras explícitas e dissimuladas,
Corriam soltas no meio da moçada,
Mesmo entre simples olhares inocentes
E sorrisos sinceros e comoventes.

Naquele tempo não existia asfalto,
Paralelepípedos era o ponto alto,
Escorregadios em tempos chuvosos,
Mas presentes na memória dos  saudosos.

Sete de setembro o desfile patriótico,
Cheio de tanta beleza e com vislumbre apoteótico,
Numa avenida cheia de gente,
Felizes da vida e contentes.

Natividade continua entusiasta,
Intensamente comemorativa,
Nunca deixou de ser uma cidade festiva
E isto é o que basta.

Denio Reis







sábado, 23 de junho de 2018

Lira Silenciosa



Não ouço mais a sua voz.
Já não sei se no seu silêncio,
Falas contigo mesma.
Só sei que não te ouço mais,
Pois o silêncio sepultou os seus acordes,
Ainda sim tu podes,
Vibrar em noites tristonhas.
O som que de ti se ouvia,
Era o que melhor existia,
No reduto de solitários corações.
Estás calada lira fremente
E deixada de lado tu te sentes,
Tão desprezada.
No seu silêncio compulsório,
Contemplas ainda   que vagamente,
Á sonoridade da sua essência,
Ainda que na sua transitória existência,
Isso tornou-se notório.

Denio Reis
 

domingo, 13 de maio de 2018

Nunca se esqueça da sua origem


Da origem não se deve esquecer,
Sob pena de se deixar perder,
No profundo da nossa memória,
A razão da nossa própria história.

Esteja aonde estivares,
Mas sempre que puderes,
Lembra-te de onde tudo começou,
Mesmo dos sonhos que você sonhou.

Permita a saudade te envolver,
Com a alegria ao lembrares do passado,
Da sua origem que não deve ser deixada de lado,
Prenúncio de um novo amanhecer.

Das manhãs alegres e até descompromissadas, 
Mas também das íngremes e penosas jornadas,
Que sempre caminharam conosco passo a passo,
Seja na vitória ou  ou no fracasso.

Busque  na sua origem o seu histórico,
Não como um apoteótico ato heroico,
Mas na simplicidade da sua existência,
Como algo verdadeiro e não como mera conveniência.

Denio Reis  

sábado, 14 de abril de 2018

A saudade nunca faltou


Vim ao mundo entre montanhas,
Subi e desci acidentados montes,
Vi mais de perto alvissareiros horizontes,
De possibilidades tamanhas.

Corri por estradas poeirentas,
Por ruas lamacentas,
Que parecia não ter mais fim,
Deixando profundas marcas em mim.

Estradas asfaltadas pontuaram um novo cenário,
Ainda que o passado em nosso imaginário,
Nunca se apagou,
Estando mais presente em quem um dia lá voltou.

Mas o asfalto chegou
E a paisagem de pronto mudou,
Das estradas antigas pouco restou,
Junto com a saudade que nunca faltou.

Ourânia, Querendo e Natividade,
Quem não sente saudade,
É porque já morreu,
Ou tamanha experiência ainda não viveu.

Denio Reis

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Anunciar nas praças


Que se anuncie nas praças,
Para todo mundo que passa,
Que temos que refazer ligeiro,
Todo amor verdadeiro.

Que se soltem fogos de artifício,
Para que se dê início,
A uma nova temporada,
De uma feliz jornadaa

Que se rufem os tambores,
Para se anunciar com honestidade,
Que toda e autêntica felicidade,
Não contém falsos rumores.

Que se soltem brados de alegria,
Com o raiar de um novo dia,
Com o sol brilhando intensamente,
Iluminando corações e mentes.

Que se entoem inspirados louvores,
Ao Deus todo poderoso,
Que de tão compassivo e amoroso,
Perdoou a todos os transgressores.

Denio Reis

domingo, 11 de março de 2018

Só Deus opera milagres


Já Cheira mal Senhor!
Essa é a lógica humana,
Mas na voz do Salvador,
A esperança desfez a trama.

Se creres verás à Glória,
Do Deus que faz a história,
Pois na sepultura o corpo não permaneceu,
Já que ele embora sem vida,
Prontamente reviveu.

Deus ordena a vida,
A morte é mera consequência,
Embora muitos com insistência,
Digam que a morte é da vida,
Uma eterna despedida.

Lázaro continuou vivo,
Para que de pronto se cumprisse,
O que Jesus em bom tom à sua irmã disse:
Se creres verás a Glória de Deus.


Denio Reis.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Viagem no tempo


Tenho viajado no tempo.
No tempo das minhas ilações,
Das mais ousadas conjecturas,
Que me levam à temerárias aventuras.

Passo diante de olhos impudentes,
Que nada têm de inocentes,
Também Por olhares cheios de mágoas e duvidosos,
Tão ferinos quanto tendenciosos.

Passo por estradas intermináveis,
Por sorrisos indesejáveis,
Que lançam o seu escárnio  sobre a vida.

Passo também por pessoas acolhedoras,
Idealista e construtoras,
Tão necessárias mas desconhecidas.

Denio Reis

domingo, 14 de janeiro de 2018

Via Dolorosa


Um calvário pelo menos todos têm o seu,
Mas equivocadamente eu posso pensar que só o meu,
É o maior de todos os calvários,
Ainda que eles nos sejam necessários.

Jesus não levou à cruz sozinho,
Necessitou de um Simão Cireneu,
Que tão logo percebeu,
Que são muitos os obstáculos pelo caminho.

A cruz tem o peso que você suporta,
Seu peso na realidade não importa,
O que importa é você saber,
Que ela tem  a sua  razão de ser.

Agradeça aos céus pela sua cruz,
Assim ela tornar-se-á luz
E o seu peso será suportável,
Mesmo diante do imponderável.

Denio Reis