domingo, 24 de dezembro de 2017

Deslumbramento


Quero subir em carro fagulhante,
Para a estrela que estiver mais distante,
Num coche de pedras preciosas
E todo enfeitado de perfumadas rosas.

Quero que seja em plena luz do dia,
Cingido por anjos em sinfonia,
Com estrondosas trombetas prateadas,
Tanto na partida quanto na chegada.

Quero que o séquito seja resplandecente,
Com Vestes de pureza alvinitente,
Diante dos meus olhos deslumbrados.

Que o silêncio ao redor esteja presente,
Para que ouça a voz tão somente,
Dos que sempre estiveram ao meu lado.

OBS: Este poema foi classificado em 8ª lugar,no Concurso Nacional Novos Poetas,
Da Editora  Nacional Vivara.

Denio Reis

sábado, 9 de dezembro de 2017

O mais humilde dos reis


Um rei pode nascer também,
Numa despretensiosa estrebaria,
Foi o que aconteceu um dia,
Numa cidade chamada Belém.

Em veneração três  reis se curvaram,
Diante de tamanha majestade
E com tal respeito e humildade,
O reverenciaram.

No céu miríades de estrelas reverberavam,
Sobre montes e campinas silenciosas,
Cintilando como pedras preciosas,
Ao tempo em que anunciavam .

Pastores que sempre estiveram atentos,
Pastoreavam o seu rebanho ao relento,
Sendo pelos os anjos também avisados,
Quem em Belém nascera o salvador,
Jesus Cristo, o Senhor.

Os pastores em nenhum momento duvidaram
E por si mesmos  constataram,
O que os anjos os haviam relatado,
Que numa modesta manjedoura,
Encontrariam o menino deitado.

Ouro,incenso e mirra foram ofertados,
Por três reis simplesmente deslumbrados,
Com tudo aquilo que se via,
Não cabendo em si mesmos tanta alegria,
Sendo DEUS por isso, glorificado.

Denio Reis


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Agonia de um rio


O rio está morrendo,
A degradação é o seu calvário,
Ele que já foi um berçário,
Hoje, aos trancos e barrancos vai sobrevivendo.

O rio está agonizando,
Mas mesmo assim vai se lembrando,
Que um dia já foi vida,
Mas que vive em clima de despedida.

O rio está gemendo
E nas suas páginas envelhecidas escrevendo,
A sua triste e comovente história,
Que aos olhos de todos tornou-se notória.

O rio na sua agonia está gritando
E com o seu grito desesperado anunciando,
Que lhe resta pouco tempo de existência,
Se não for tomada nenhuma providência.

Esse é o velho rio S.Francisco,
Correndo um sério risco,
De lamentavelmente tornar-se ausente,
Mesmo aos olhos do mais indiferente.

Esse é o velho rio da integração,
Por isso tornou-se inaceitável a sua condição,
Com a perda progressiva da sua vitalidade,
Marca sinistra dessa realidade.

Denio Reis


domingo, 8 de outubro de 2017

Estrelas de cristais


Estrelas de cristais,
Que refulgem no tempo da sua eternidade,
Um brilho que reflete a sua serenidade,
Sempre que brilham cada vez mais.

Estrelas são luzeiros do infinito
E se por ventura gritam não se lhes ouve o grito,
Se falam é no silêncio que  às ouvimos,
Se para isto insistirmos.

Estrelas são como às águas plácidas de um rio,
Seu brilho vitalício e frio,
Reflete o seu esplendor.

Estrelas são sinais da existência
E também da beneficência,
Do Deus criador.

Denio Reis


domingo, 24 de setembro de 2017

Acima das nossas cabeças



Acima das nossas cabeças,
Elevam-se os astros,
Alguns deixam rastros
Em suas trajetórias,
Mas outros nem tanto.
Se quisermos ser como os astros,
Devemos brilhar,
Não simplesmente passar
Por essa transitória existência,
Sem nenhum brilho,
Como pólvora sem rastilho,
Apagados como carvão,
Sem mais nenhuma  explosão,
Sem nenhuma consistência.


Denio Reis


quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Esculpida em poesia


Quero esculpir o seu corpo em poesia,
De uma simples canção transformá-lo em sinfonia,
Fazer dele um poema monumental,
Cercado por uma auriflama imortal.

Quero fazer do seu corpo um monastério,
Uma Clausura cercada de mistérios,
Que de longe eu possa ao menos contemplar
E até de alegria poder chorar.

Que a minha poesia possa ser o seu escultor,
Mas que eu seja apenas o idealizador,
Dessa transcendência.

Que a minha poesia possa humildemente te encontrar,
Esculpida num pedestal e ali  perpetuar,
Toda a sua magnificência.


Denio Reis

domingo, 27 de agosto de 2017

REFLEXÕES EM VERSOS.



1-Ele desistiu de viver,
   Bebeu à tal formicida,
   Foi de si mesmo homicida,
   Para então desaparecer.

2- O Riacho secou,
    Da lembrança pouco se restou,
    Pois à natureza não perdoa,
    A quem dela caçoa.

3-Você sabe o que é perdoar?
    Se não sabes comece a praticar,
    Faça o que fez JESUS,
    Quando  morreu na cruz.

4- Não há mais crianças brincando na rua
    E ninguém contemplando a lua,
    Pois a violência à todos consome
    E o ódio não sacia a sua fome.

5-Violões chorosos vibram pela madrugada,
    Soluçam fundo e tremem,
    São cordas sofridas que gemem,
    Pelas noites esperadas.

Denio Reis

   
   

sábado, 22 de julho de 2017

Emoção Positiva


Quando a emoção positiva existe,
O coração se levanta
E se ela persiste,
Ele  se encanta.

Quando os lábios estão sorrindo,
É sinal que você está resistindo,
Ainda que a luta seja desigual
E se tenha pela frente tanto mal.

Quando tudo parece conspirar,
O melhor é não se desesperar,
Pois o mal que se faz presente,
Logo vai embora e se torna ausente.

Enquanto o seu coração estiver batendo forte,
Bem distante dele estará à morte,
Pois que ainda vale a pena viver
E esperar por um novo alvorecer.


Denio Reis




sábado, 8 de julho de 2017

Todas


Loiras,brancas,ruivas,negras,morenas,
Variadas formas,emblemas,
Incensários de essência pura,
Exalando aroma nas alturas.

Dádivas inefáveis,etéreas,
Misteriosas,insondáveis, aéreas,
Passeando entre astros de lactescente brancura,
Num genuíno ato de eterna ventura.

Que essa essência fecunde todos os corações
E que seja repositório de tantas emoções,
Mesmo em corações dispersos.

Tal cortejo quando sobe às alturas,
Não se prende à nenhuma clausura,
Como são livres também estes versos.

Denio Reis

domingo, 2 de julho de 2017

O Bramido


O bramido de águas espumantes,
O arrebentar de ondas convulsionadas,
Em noites escuras e abandonadas
E densamente nevoentas.

Rajadas de ventos arrogantes,
Crespam às ondas em rodopio,
Vergam corpos em arrepio,
Entre ruídos inquietantes.

Choram corpos desprezados
Na escuridão  de ondas em rebeldia,
Onde rolam ardentes lágrimas de agonia,
De tantos prantos já chorados.

Areia que sob os pés foge timidamente,
Gélida como lousa funeral,
Deixa marcas que após o temporal
Apagam-se tão bisonhamente.


Denio Reis



sábado, 24 de junho de 2017

Já não Vejo Com Clareza


Já não vejo com clareza,
As marcas de meus passos,
Nem tão pouco os abraços,
Que se perderam com certeza.

Não vejo mais tanta alegria,
Como antigamente se via,
Hoje, à tristeza é tão somente,
O infortúnio que se faz presente.

Passo à passo vou seguindo,
Enquanto insisto em continuar sorrindo,
Atrás da esperança que ainda resta.

Embora à vida tenha as suas contradições,
Fragilizando por vezes às nossas emoções,
Celebremos à vida como sendo o melhor da festa.

Denio Reis


sábado, 10 de junho de 2017

Pelas Noites Perfumadas


Quando pelas noites perfumadas,
Saio com a saudade de mãos dadas,
Percebo que mesmo na tranquilidade,
Inquieto-me diante da realidade.

De dia vejo as flores se tocando,
Ao roçar da brisa que vai passando,
Enquanto na noite ouço vozes de lamento,
Em meio à recalcitrantes sofrimentos.

A noite é irmã gêmea da nostalgia,
Mas vai embora quando chega o dia,
Mesmo no descompasso da espera.

Se o dia é loiro à noite é morena,
Entre o colorido vivo das verbenas,
Ao enfeitarem os nossos sonhos e quimeras.


Denio Reis

sábado, 3 de junho de 2017

Andando pelas ruas


Andando pelas ruas,
Vi rostos tristes,
Reflexo da realidade talvez.
Vi também olhares desconfiados,
Caminhar descompassado,
Subindo e descendo ladeiras,
Com expressões apagadas mas verdadeiras,
De quem já se sente tão cansado.
Vi gente desiludida,
Querendo até desistir da vida,
Pelas lutas desiguais,
Que cada vez mais,
Envolvem-nos numa trama medonha,
Que de surpresa muitas vezes nos apanha,
Engolfando-nos estranhamente,
Como se à gente
Nem se quer existisse.

Denio Reis

sábado, 13 de maio de 2017

Trágica Realidade


Enquanto a morte consome à vida
Enquanto a saudade permanece na despedida,
Observa-se uma expressão resignada,
Na face taciturna e desamparada.

Rostos sem brilho ainda conseguem chorar,
Com às poucas lágrimas que ainda restaram
E que corajosamente ficaram,
Para à dor amenizar.

Os lábios que agora tremem de agonia,
Um dia sorriram com muita ousadia,
Em meio à tanta adversidade.

O peito que arfa, na angústia esconde,
O apelo insistente que nem sempre responde,
Ao gemido solitário dessa fatalidade.

Denio Reis

sábado, 29 de abril de 2017

Terreno Vazio


Estava ali o terreno vazio,
Onde no passado existiu,
A casa que nos agasalhou no frio
E crescer felizes nos permitiu.

Esse terreno embora vazio,
Não conseguiu fazer-me esquecer,
Que naquela casa foi também um desafio,
A gente tentar sobreviver.

O riacho não existe mais,
Mas esquecer-me dessas coisas jamais,
Já que estão guardadas em minhas reminiscências,
Como marcas profundas de tantas vivências.

Ao passar pela estrada pude ver,
Que era imperioso rever,
Aquelas coisas que ainda fazem parte da minha vida,
E que sob quaisquer pretextos  não poderão ser esquecidas.

Ainda por essa mesma estrada avistei,
A árvore em que muitas vezes me abriguei,
Do sol inclemente e abrasivo,
Em tempos de percurso exaustivo.

De todas essas lembranças eu não abro mão,
Pois foi tudo o que me restou dessa recordação,
Por isso carinhosamente irei recordar,
Para que essas lembranças em branco não possam passar.

Esse lugar não é imaginário pois lá está,
Entre Ourania  e Querendo,
Nessas recordações vou teimosamente remexendo,
Pois delas vale contudo se lembrar.

Denio Reis 

sexta-feira, 21 de abril de 2017

A Estátua que Ganhou Vida



A Estátua desceu do pedestal e assentou-se nos primeiros degraus.
Estava suja,empoeirada,esquecida e com sinais de corrosão.
O olhar era vago e triste e até parecia que uma lágrima havia escorrido pelo canto do olho.
Um jovem aproximou-se curioso e com olhar de espanto e de incredulidade.
Resistiu em aproximar-se,mas mesmo assim,o fez.
A estátua sabendo do constrangimento do jovem, foi logo lhe dirigindo à palavra:
Não precisa ter medo meu jovem! Você quer saber quem eu sou?
E só olhar para o meu pescoço e verás às marcas produzidas pelas cordas do implacável Carrasco.
Isto aconteceu em 21 de abril de 1792, em pleno sábado,no largo da Lampadosa no Rio de Janeiro.
O jovem não conseguiu conter às lagrimas,porque não mais se lembrava desse episódio,já que a história vai sendo sepultada aos poucos e tristemente apagada da memória.


Denio Reis

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Cidade Vazia

Gosto da cidade vazia.
As ruas parecem mais espaçosas,
Tudo passa a te pertencer,
É como renascer para um novo dia.
As flores apresentam-se mais alegres,
Há um farfalhar livre das folhas,
As plantas abrem-se num sorriso espontâneo,
O canto dos pássaros é mais sonoro,
As vozes que saem das bocas são mais audíveis,
Os homens deixam de ser  apenas,
Sombras que caminham em meio à multidão.
Os poucos que sobram, são mais solidários,
Ainda que solitários nesse espaço vazio.
O céu se mostra mais azul,
Mesmo que algumas nuvens embaçadas,
Se façam presentes.
Até o choro das crianças parece notas musicais,
Que se  elevam nas alturas
E são recebidas em turíbulos de prata.

Denio Reis


domingo, 9 de abril de 2017

Barulho


Miniconto

Ouvi um barulho esquisito no vidro da janela do meu quarto.Apaguei a luz e o barulho cessou.

Denio Reis.

sábado, 8 de abril de 2017

Virtuose


Tanges com vigor às cordas do violino,
O som é suave, quase divino,
Encostado ao seu rosto ele se exprime,
Com notas tanto celestiais quanto sublimes.

Seus dedos ágeis, nervosos, convulsivos,
Percorrem às cordas com maestria
E na perfeição pulsante dessa ousadia,
Tornam-se incontroláveis e incisivos.

Seu sorriso emblemático lampeja,
Para que o mundo inteiro veja,
O final apoteótico que te espera.

Sarah Shang estrela de primeira grandeza,
Repositório  de charme e nobreza,
Flor do campo, primavera.


Denio Reis


sábado, 1 de abril de 2017

Sozinha


Vagueias como sombra fugidia,
O seu Brilho é fosco mesmo em plena luz do dia,
Já que o sol não mais brilha em sua vida,
Pois nem bem chegou mas já acena com despedida.

O ar de tristeza é sua marca sombria,
O seu raro sorriso é de franca ironia,
Nunca vê a manhã radiante chegar
E nem tão pouco à felicidade pelo menos passar.

Vive em meio ao silêncio que até à tortura,
Chega às vezes ao limite da loucura,
Pois encontra-se desamparadamente sozinha.

Nunca compreendeu o sentido da sua clausura,
Sempre procurou e ainda procura,
Entender a estrada por onde caminha.

Denio Reis

quinta-feira, 30 de março de 2017

Lembro-me com saudade


Lembro-me com saudade,
Ainda na condição de adolescente,
Que viver era experimentar intensamente,
As emoções que o futebol nos oferecia,
No alvorecer de cada dia.
Eu e Márcio,meu irmão,
Adeptos que éramos do futebol,
Fosse com chuva ou com sol,
Não resistíamos os apelos do coração
E fazíamos dessa paixão, 
Uma saudável  diversão.
Isso se deu tanto em Ourânia,
Quanto em Natividade,
Pois vivíamos nessa realidade,
Sem nenhuma frustração.
Em Ourânia, rua de baixo e rua de cima,
Era à tônica das disputas acirradas,
Mas sem que a lealdade fosse negligenciada,
Embora a rivalidade fosse notória.
Em Natividade,às partidas no morro do pito,
Nunca foram ganhas no grito,
Fosse quem fosse o adversário.
Márcio   meu irmão,era sempre o protagonista,
Um autêntico malabarista
Quando tinha à bola nos pés.
Eu,um mero coadjuvante,
Por ser talvez inconstante,
Quando convidado a participar.
No time do NAC,
Também fizemos história,
Fato esse gravado na memória
E que vale apena recordar.
No time do Colégio Natividade, 
Diferente não foi a realidade,
Pois obcecados que éramos  pela vitória,
Não se admitia nem de longe empatar.
Tínhamos um time de espírito aguerrido,
Em todas ocasiões bem recebido,
Por entusiasmados torcedores,
Que nem o mal tempo lhes causava dissabores,
Quando torciam pelo ginásio Natividade.
Indo em busca das nossas lembranças,
Elas acabam nos alcançando,
Mas sempre nos colocando,
Em contato com a nossa realidade,
Mesmo aquela ancorada no passado,
Como Ourânia e Natividade.

Denio Reis


terça-feira, 28 de março de 2017

Pedra do pão de açúcar


Montanha rochosa,
Que na sua aristocrática elegância,
Ergue-te poderosa,
Podendo ser vista mesmo à distância.

Cercada que és por outras montanhas
E pelo esplendor que sempre te acompanha,
Interages com o verde que te cobre,
Tornando-te mais bela e nobre.

A Criação foi -lhe generosa,
Considerando que és grande e majestosa,
Impassível e guardiã atenta,
Da própria natureza que te alimenta.

O céu é o seu limite protetor,
Refletindo a luz do seu fulgor,
Ao cobrir-lhe a cúpula insinuante,
Que parece tão perto e ao mesmo tempo tão distante.

Tu és uma pedra que se tornou pão,
Pão de pedra e açúcar que ao tempo resistiu,
Quem pôde vê-la ,mas ainda não viu,
Jamais experimentou tamanha emoção.

Parece que tocas o céu,
Que desce á ti como um véu,
Com seu manto suave e leve,
Numa visão extemporânea e breve.

Ourânia é privilegiada
E por ser também amada,
Exibe esse espetáculo da natureza,
Com requinte e igual beleza.


Denio Reis




segunda-feira, 27 de março de 2017

Deslizando por sobre as pedras












O murmurejar da água serena,
A brisa suave e amena,
A correnteza deslizando por sobre pedras polidas,
Trazem pulsações de vida.

Essa sinfonia eterna,
É a mais doce e terna,
Das sublimes sinfonias,
Que até de longe se ouvia.

Cachoeira de porte elegante,
Que no seu deslizar constante,
Emoldura a natureza
E nos leva a sonhar com certeza.

Essa é a cachoeira de João Fernandes,
Localizada em Natividade,
Que faz com que dela sintamos saudades,
Quando dela nos lembramos.

Marca Indelével da sua permanência,
O moinho  desativado à sua margem,
Não estamos falando de nenhuma miragem,
Mas de algo concreto em sua longa existência.

Cachoeira de muitas histórias,
Sempre teve os seus momentos de glória,
Seja no passado ou no presente,
Porque faz parte da história de muita gente.

Sua águas jamais secarão,
Pois não correm soltas na contramão,
Já que a natureza está a seu favor,
Faça frio ou calor.

Denio Reis

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Noite Fria e Escura


Quando à noite se torna fria
E a bruma sombria,
O tédio se faz companheiro.

Quando à noite desce com o seu denso manto,
Com todas incertezas me defronto,
Sem contudo me atemorizar.

Quando à noite fria se aproxima
E a escuridão avança por cima,
Até a brisa consegue incomodar.

Quando à noite mergulha na escuridão,
O medo pode às vezes intimidar,
Contudo,não vou me acovardar.

Mas essa noite será diferente,
Ser-lhe-ei deveras indiferente,
Até que ela possa passar.

Denio Reis



sábado, 4 de fevereiro de 2017

Tempo de Criança


Meu tempo de criança,
Traz-me sempre à lembrança,
Que para gente ser feliz,
Pouca coisa bastava,
Já que ninguém reclamava
Do pouco que possuía 
E mesmo em tempo de escassez,
Resolvia-se uma coisa de cada vez.
Os sonhos compensavam às carências,
Da depressão nem se sabia da existência,
Pois com uma boa conversa tudo se resolvia,
Fosse de noite ou de dia,
Pois ao tempo dava-se o devido valor.
Hoje, paciência é utopia,
Pois tornou-se mania,
Não se saber esperar.
Correr na frente do tempo,
Parece que virou até compromisso,
Mas apesar de tudo isso,
O que importa mesmo é caminhar

Denio Reis


sábado, 7 de janeiro de 2017

Rendição


Rendo-me a ousadia dos seus olhares,
Sob à visão  etérea de tantos luares,
Onde em confissão deponho,
Meus sentimentos como em sonhos.

Visão mística que à mim mesmo imponho,
Quando os meus olhos em seus olhos ponho,
Oh! doce criatura,
Sacrário de beleza pura.

Tens o aroma e a beleza do viçoso lírio,
És a minha alegria e o meu martírio,
Bem como os meus sonhos e pesadelos.

Em noites de estrelas prateadas,
Sobre relvas verdes e orvalhadas,
Ofereço-lhe em holocausto os meus desvelos.


Nota: Este poema foi classificado em 20º lugar, no concurso Nacional " Novos poetas",no ano de 2016, instituído pela Vivara Editora Nacional.


Denio Reis

domingo, 1 de janeiro de 2017



Estão dizendo que o ano novo chegou.Fogos de artificio e comemorações sob diferentes formas,parecem indicar que entramos em um novo ano.Ano algum,pode ser considerado novo,simplesmente porque estamos fazendo uso de um novo calendário,ou porque os 365 dias já se cumpriram,e agora,resta-nos repetir novamente todo ritual de contagem, num gesto muitas vezes instintivo e monótono.Um ano só deve ser considerado novo,se novas forem às  nossas atitudes,comportamentos,maneira correta de enxergar à vida,e daí por diante.O ano novo é aquele que se encontra dentro de nós,quando visto pelos olhares de quem contempla mudanças em nossa maneira de pensar e de agir.Como afirmar que estamos em um novo ano,se estamos conservando os mesmos e velhos hábitos reprováveis do passado, sem que pelo menos,sintamos à necessidade de mudá-los.Pense nisso!Ano novo não é simplesmente uma troca de calendários.

Denio Reis